São Pedro II de Tarantásia (c. 1101-1174), também conhecido como São Pedro da Alta Comba, foi um monge cisterciense que se tornou arcebispo de Tarantásia, na região da Saboia (atual França). Sua vida foi marcada por um profundo zelo pastoral, uma incansável busca pela unidade da Igreja e uma notável humildade, o que o levou a ser reconhecido como santo e Doutor da Igreja.

Origens e Ingresso na Ordem Cisterciense:

Pedro nasceu por volta de 1101, possivelmente na região de Saint-Maurice d'Agaune, na Suíça. Sua família era nobre e influente. No entanto, desde cedo, Pedro demonstrou uma forte inclinação para a vida religiosa e para a busca da humildade e da pobreza evangélica. Ainda jovem, ingressou na Ordem Cisterciense, uma ordem monástica reformadora que buscava um retorno à observância estrita da Regra de São Bento. Ele se tornou monge na Abadia de Bonnevaux, perto de Grenoble, onde rapidamente se destacou por sua piedade, inteligência e espírito de oração.

Abade de Moutiers e Zelo Pastoral:

Devido às suas virtudes e capacidades de liderança, Pedro foi eleito abade do mosteiro cisterciense de Moutiers, na região de Tarantásia, por volta de 1132. Como abade, demonstrou um profundo zelo pastoral por seus monges e pela população local. Ele se dedicou à reforma da vida monástica, promovendo a disciplina, a oração e o trabalho manual. Sua influência se estendeu além dos muros do mosteiro. Pedro era conhecido por sua caridade para com os pobres e necessitados, e por sua habilidade em resolver conflitos e promover a paz na região. Sua sabedoria e santidade o tornaram uma figura respeitada e procurada por conselho tanto por leigos quanto por eclesiásticos.

Arcebispo de Tarantásia e Busca pela Unidade da Igreja:

Em 1142, apesar de sua relutância e desejo de permanecer na vida monástica, Pedro foi eleito arcebispo de Tarantásia. Ele aceitou a nomeação por obediência e continuou a viver com a mesma humildade e simplicidade que caracterizavam sua vida como monge. Como arcebispo, Pedro se dedicou com ardor à reforma da diocese, combatendo a corrupção, promovendo a formação do clero e incentivando a vida cristã entre os fiéis. Ele viajou extensivamente por sua arquidiocese, pregando, catequizando e istrando os sacramentos. Um dos principais focos de seu episcopado foi a busca pela unidade da Igreja, que na época enfrentava divisões e tensões, especialmente em relação ao papado e ao Sacro Império Romano-Germânico. Pedro desempenhou um papel importante como mediador em diversos conflitos, buscando a reconciliação e a paz entre as partes envolvidas.

Viagens e Legado:

São Pedro de Tarantásia realizou diversas viagens em missão de paz e para participar de concílios e sínodos da Igreja. Sua sabedoria e santidade eram reconhecidas por papas e imperadores, que o consultavam em assuntos importantes. Ele faleceu em 14 de janeiro de 1174, durante uma viagem de volta de Roma. Sua morte foi lamentada por toda a Igreja, que reconhecia nele um pastor exemplar e um defensor da unidade.

Veneração e Doutorado da Igreja:

A devoção a São Pedro de Tarantásia se espalhou rapidamente após sua morte, devido aos inúmeros milagres atribuídos à sua intercessão. Ele foi canonizado pelo Papa Celestino III em 1191. Em 1991, o Papa João Paulo II proclamou São Pedro de Tarantásia Doutor da Igreja, reconhecendo a profundidade e a ortodoxia de seus ensinamentos, especialmente em relação à vida monástica, à humildade e à busca pela unidade da Igreja. São Pedro de Tarantásia é um exemplo de como a vida monástica, vivida com autenticidade e zelo pastoral, pode frutificar em um serviço dedicado à Igreja universal. Sua humildade, sua busca pela unidade e sua incansável dedicação ao Evangelho o tornam um modelo inspirador para todos os cristãos. Sua festa litúrgica é celebrada em 8 de maio.