"Ele, porém, guardou silêncio, e nada respondeu" (Marcos 14:61). É profundamente instrutivo observar como Jesus empregou o silêncio em Sua vida, um silêncio que se tornou parte integrante de Sua vitória. As provocações zombeteiras dos inimigos, como o desafio "desce da cruz", perderam sua força e emudeceram porque Ele escolheu o silêncio. Seu grito triunfal: "Está consumado!" (João 19:30) ressoou com ainda mais poder em meio ao Seu sereno silêncio, levando o centurião a exclamar: "Verdadeiramente este era Filho de Deus!" (Mateus 27:54). Mas Ele se calou.

Quão distante estamos, muitas vezes, da índole de Jesus! Por que defendemos tão ardorosamente nossas causas? Por que nos afadigamos em nos justificar? Pense no exemplo do seu Salvador: "...quando ultrajado, não revidava com ultraje, quando maltratado não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente" (1 Pedro 2:23). O Senhor Jesus estava firmemente decidido a seguir o caminho da morte para que nós pudéssemos viver. Por isso, Ele se calou.

Nós não podemos seguir um caminho diferente daquele que Jesus trilhou, e este é o caminho da renúncia da carne. A carne incessantemente busca seus próprios direitos; o espírito, no entanto, se cala. Aqueles que verdadeiramente pertencem a Cristo conseguem permanecer em silêncio mesmo diante das maiores injustiças. Em contrapartida, aqueles que amam a própria carne se exaltam e se tornam ruidosos em suas defesas.

Você conhece o silêncio diante de Deus? Nosso falar com Deus em oração é vital, mas ainda mais crucial é que Deus possa falar a nós. Você escuta o Senhor? Ele nos exorta: "Ouvi-me atentamente" (Isaías 55:2). O silêncio de Jesus não foi ividade, mas uma entrega ativa à vontade do Pai, um exemplo de fé inabalável que nos convida a silenciar o ruído do eu para ouvir a voz que nos guia à verdadeira vida.