"Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente" (Tito 2.11-12). Esta agem bíblica revela a natureza transformadora da graça divina, um presente gratuito que nos salva e nos molda para uma vida em conformidade com a vontade de Deus.

Para que o Senhor Jesus Cristo cresça em nós e Sua honra se manifeste em nossa existência, é necessário que nós diminuamos. João Batista compreendeu essa verdade essencial ao declarar sobre Jesus: "Convém que ele cresça e que eu diminua" (João 3.30).

Mas como podemos diminuir? A resposta reside em reconhecermos e proclamarmos a bondade e a graça do Senhor. A graça, paradoxalmente, opera em nós como uma correção amorosa. Como algo tão amável pode nos corrigir? Este é um mistério profundo da fé.

A graça do perdão de Deus só pode ser verdadeiramente recebida quando nos convencemos de que ela é um dom imerecido, um favor que não conquistamos por nossos próprios méritos. Ao aceitar este presente divino, a pessoa já inicia um processo de transformação interior, renegando a índole ímpia e as paixões que a prendem ao mundo.

Portanto, somos chamados a viver pela graça, no instante presente. Haverá um momento futuro em que nós, como renascidos pela pura graça e bondade de Deus, seremos completamente transformados e elevados ao encontro do Senhor. E mesmo que o fim de nossa jornada terrena chegue antes desse encontro final, ao contemplarmos a porta aberta do céu, poderemos testemunhar com convicção: foi unicamente a graça de Deus que me salvou! A graça divina é a força motriz que nos educa, nos corrige e nos conduz à plenitude da vida em Cristo.