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Santo do Dia - Santo Antônio Maria Gianelli: o bispo da caridade e fundador zeloso
Da humildade de um pároco à fundação de ordens religiosas e ao episcopado, Gianelli dedicou sua vida ao serviço de Deus, da educação e dos mais necessitados, com especial amor pelos jovens e pelos pobres.

Santo Antônio Maria Gianelli (1789-1846), nascido em Cerreta, na Ligúria (Itália), foi um sacerdote e bispo que dedicou sua vida a responder às necessidades de seu tempo, fundando congregações religiosas para a educação, o cuidado dos doentes e a pregação do Evangelho, tornando-se um modelo de caridade e zelo pastoral.
Infância e Vocação Sacerdotal:
Antonio Maria Gianelli nasceu em 12 de abril de 1789, em uma família modesta de camponeses. Desde cedo, demonstrou grande inteligência e uma profunda inclinação para a vida religiosa. Seus pais, embora com sacrifício, apoiaram sua vocação. Ele estudou no seminário de Gênova, destacando-se por sua piedade e dedicação aos estudos. Foi ordenado sacerdote em 28 de maio de 1812. Sua primeira missão foi como vice-pároco em Castiglione Chiavarese, onde rapidamente se destacou por seu zelo pastoral e sua dedicação aos fiéis.
Pároco, Pregador e Mestre:
Em 1815, Gianelli foi nomeado pároco de São João Batista, em Chiavari. Permaneceu nessa paróquia por 17 anos, um período fundamental para o desenvolvimento de seu carisma e sua obra. Ali, ele se dedicou incansavelmente à pregação, à catequese, à istração dos sacramentos e, sobretudo, à caridade. Sua pregação era simples, direta e fervorosa, tocando o coração de seus ouvintes. Ele tinha um especial cuidado com a formação do clero, fundando em 1827 a Congregação dos Oblatos de São Carlos, uma associação de padres que buscavam aprofundar sua vida espiritual e dedicar-se ao ministério pastoral com maior zelo, especialmente a pregação de missões populares e a formação do clero. Além disso, Gianelli tinha uma grande preocupação com a educação, especialmente das meninas. Observando a falta de oportunidades para as jovens, em 1829 ele fundou o Instituto das Filhas de Nossa Senhora do Horto (popularmente conhecidas como Irmãs Gianellinas). Essa congregação feminina tinha como carisma a educação cristã das crianças e jovens, o cuidado dos enfermos e o serviço aos pobres.
Episcopado em Bobbio e Morte:
Em 1838, o Papa Gregório XVI nomeou Antonio Maria Gianelli Bispo de Bobbio, uma diocese com grandes desafios e necessidade de reforma. Aceitou a nomeação com humildade, mas com o mesmo zelo que demonstrava em sua vida paroquial. Como bispo, Gianelli aplicou os mesmos princípios de caridade e renovação. Organizou o seminário diocesano, visitou incansavelmente todas as paróquias, reformou o clero e implementou medidas para aprimorar a vida religiosa e pastoral. Sua diocese floresceu sob sua liderança, e ele se tornou conhecido como um "bispo santo". Sua saúde, porém, começou a declinar devido ao trabalho incessante e às suas práticas de mortificação. Santo Antônio Maria Gianelli faleceu em 7 de junho de 1846, em Piacenza, para onde havia viajado em busca de tratamento. Suas últimas palavras foram "Jesus, Jesus, Jesus".
Legado e Canonização:
O corpo de Santo Antônio Maria Gianelli foi sepultado em Chiavari, e sua fama de santidade se espalhou rapidamente. Foi beatificado pelo Papa Pio XI em 1925 e canonizado pelo Papa Pio XII em 21 de outubro de 1951. Sua festa litúrgica é celebrada em 7 de junho. Santo Antônio Maria Gianelli é lembrado como um sacerdote e bispo exemplar, que soube unir uma profunda vida de oração com uma incansável ação caritativa e pastoral. Suas fundações religiosas, as Filhas de Nossa Senhora do Horto (presentes em diversos países, incluindo o Brasil) e os Oblatos de São Carlos, continuam seu trabalho, levando o Evangelho e a caridade aos mais necessitados, perpetuando o legado de seu fundador. Ele é um inspirador exemplo de como a fé ativa pode transformar realidades e construir o Reino de Deus.