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Santo do Dia - São Justino Mártir: o filósofo da verdade vristã

De buscador da sabedoria pagã a defensor da fé, Justino uniu razão e revelação em sua incansável apologia do cristianismo, selando seu testemunho com o martírio.

Cassilândia Notícias - 01 de junho de 2025 - 09:00

Santo do Dia: São Justino

São Justino Mártir (c. 100 – c. 165) é uma das figuras mais importantes do cristianismo primitivo, reconhecido como o primeiro grande apologista a tentar conciliar a fé cristã com a razão e a filosofia grega. Sua vida foi uma jornada de busca incessante pela verdade, culminando na conversão e no martírio por Cristo.

A busca pela sabedoria e a conversão:

Nascido em Flávia Neápolis (atual Nablus, na Samaria, Palestina) em uma família grega pagã, Justino recebeu uma educação clássica abrangente, dedicando-se com paixão ao estudo das diversas escolas filosóficas de sua época. Ele buscou a verdade no estoicismo, no peripatetismo e no pitagorismo, mas foi o platonismo que mais o atraiu e o manteve em sua busca por um conhecimento mais profundo do Ser infinito. Apesar de seu grande interesse na filosofia, Justino sentia que algo essencial ainda lhe faltava. Em sua obra "Diálogo com Trifão", ele descreve um encontro providencial com um ancião, provavelmente um cristão, enquanto meditava isolado. Esse encontro foi decisivo. O ancião o desafiou a questionar a suficiência da razão humana para conhecer a Deus e o direcionou aos profetas, que, movidos pelo Espírito Santo, falaram de Deus e profetizaram sobre a vinda do Filho de Deus. O ancião o exortou a elevar sua alma em profunda oração, para que Jesus Cristo, o Filho de Deus, concedesse a compreensão das verdades divinas. Impactado por essa conversa, Justino percebeu que a fé em Cristo era a verdadeira filosofia, a única capaz de satisfazer sua sede de conhecimento e verdade. Por volta do ano 130, ele se converteu ao cristianismo e foi batizado em Éfeso.

O apologista da fé:

Após sua conversão, Justino não abandonou sua capa de filósofo; ao contrário, ou a usá-la como um distintivo de sua nova vocação. Ele se tornou um fervoroso defensor e propagador da fé cristã, utilizando sua erudição filosófica para explicar e defender o cristianismo contra as acusações e preconceitos pagãos e judeus. Ele viajou e ensinou em várias cidades, incluindo Éfeso e, posteriormente, Roma, onde fundou uma escola. Seus escritos mais importantes são a "Primeira Apologia" e a "Segunda Apologia", dirigidas aos imperadores romanos Antonino Pio e Marco Aurélio, respectivamente, e o "Diálogo com Trifão", um debate com um judeu. Nessas obras, Justino:

  • Refutou acusações: Combateu as calúnias de que os cristãos eram ateus (por não adorarem os deuses romanos), imorais (por seus ritos secretos) e desleais ao Império.

  • Apresentou a racionalidade da fé: Argumentou que o cristianismo não era uma seita bárbara, mas a verdadeira filosofia, que continha a plenitude do Logos (Razão Divina), do qual os filósofos gregos haviam vislumbrado apenas "sementes".

  • Descreveu a vida cristã primitiva: Suas apologias fornecem detalhes valiosos sobre as práticas litúrgicas dos primeiros cristãos, incluindo o batismo e a celebração da Eucaristia.

  • Defendeu a inocência dos cristãos: Pleiteou que os cristãos fossem julgados com base em suas ações, e não apenas por serem cristãos.

O martírio:

A dedicação de Justino à defesa do cristianismo não ou despercebida. Ele se opôs abertamente ao filósofo cínico Crescens, o que o levou a ser denunciado às autoridades romanas. Justino foi preso em Roma junto com seis de seus alunos, incluindo Charito, Evelpisto e Hierax. Levados perante o prefeito Rústico, foram interrogados e pressionados a renunciar à sua fé e a sacrificar aos deuses romanos e ao imperador. Justino e seus companheiros recusaram-se firmemente a apostatar. Em um diálogo registrado nas "Atas do Martírio de São Justino e Companheiros", ele declarou: "Ninguém em sã consciência abandona a verdade pela falsidade". Diante de sua inabalável confissão de fé, Rústico proferiu a sentença. São Justino Mártir foi flagelado e decapitado por volta do ano 165 em Roma. Ele selou seu testemunho com o próprio sangue, tornando-se um dos mais célebres mártires da Igreja. Sua festa litúrgica é celebrada em 1º de junho. São Justino Mártir é venerado por sua coragem, sua inteligência e seu pioneirismo em integrar a fé cristã com o pensamento filosófico, deixando um legado duradouro para a teologia e a apologética.

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